Imagine-se observando uma folha de papel repleta de números e palavras e não conseguir interpretar o que está impresso. Ou ainda tentar se comunicar de forma escrita e inverter sílabas e letras, prejudicando a comunicação com outras pessoas. Para quem não sofre com transtornos de aprendizagem, pode parecer apenas uma confusão devido ao estresse, desatenção (TDAH), um problema de visão ou a dificuldade para entender a caligrafia de outra pessoa. Contudo, para muitas crianças e adultos, é consequência de um distúrbio que afeta os âmbitos acadêmico, profissional e social.

TDAH
TDAH

No cotidiano

Os transtornos de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar e nas atividades diárias. Os distúrbios representam a falta de habilidade na aprendizagem e problemas na escrita, fala e leitura. Pode manifestar-se em indivíduos que apresentam resultados negativos, abaixo do seu nível de desenvolvimento, tanto intelectual quanto na escolaridade.

As dificuldades em aprender também podem estar relacionadas a aspectos exteriores como uma metodologia de ensino inadequada ou problemas familiares constantes. Contudo, de acordo com a neuropsicóloga Renata Paes, “os transtornos de aprendizagem correspondem a fatores intrínsecos ao indivíduo como anormalidades no processo cognitivo, que derivam de alguma alteração biológica”. Isso significa que a pessoa afetada pode apresentar complicações para adquirir habilidades na infância, fato que, às vezes, permanece até a vida adulta, caso não haja intervenção médica e pedagógica.

 

Identificação

Ainda não há esclarecimentos científicos para o diagnóstico, contudo, os profissionais lidam com algumas hipóteses. Sabemos que alguns fatores são problemas de visão ou audição que não foram tratados, comprometimento na inteligência, traumatismo ou doenças no cérebro, problemas ocorridos na mudança de escola e falta de oportunidade para o aprendizado. É possível detectá-los por meio de uma associação de fatores biológicos e não biológicos, ou seja, internos e externos ao indivíduo. Por isso, os responsáveis pela criança – é normalmente nessa fase que ocorre a identificação – devem estar atentos aos seus vínculos afetivos, à desatenção e inquietação dentro e fora do espaço de sala de aula. Assim, é possível diferenciar o distúrbio do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), comum em algumas crianças.

 

Testes necessários

Para o diagnóstico, é preciso realizar uma avaliação neuropsicológica. De acordo com Paes, pode estar associada a outros métodos, como anamneses completas, exame neurológico e a presença de uma equipe multidisciplinar composta por neurologistas, psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos. “Quanto à neuroimagem, utiliza-se a ressonância magnética nuclear funcional (RMNf), capaz de mostrar alterações no fluxo sanguíneo cerebral durante as tarefas, o que aponta para alterações funcionais e/ou estruturais”, acrescenta. Tais métodos servem para descartar outros distúrbios e fazer um diagnóstico mais preciso.

 

Para ler e escrever

A dislexia é um transtorno de aprendizagem definido pela dificuldade nas habilidades de escrita e leitura. É marcado, principalmente, pela troca de letras e sons semelhantes. Alguns exemplos bem comuns são a confusão entre sons como d e t (por exemplo, “no entanto” por “no entanto”) e a adição ou a supressão de sílabas de algumas palavras.

O transtorno surge devido a uma má formação no cérebro. Durante a gestação, desenvolvemos circuitos responsáveis pelas conexões entre as células do sistema nervoso central. No caso dos disléxicos, ainda na formação intrauterina, há uma falha no transporte de células que deveriam formar esses circuitos, provocando alterações. Por isso, o órgão apresenta problemas ao fazer a circulação das informações nas áreas responsáveis pela leitura e escrita.

Os primeiros a perceberem a dificuldade da compreensão costumam ser os professores e familiares. A partir da identificação, essas crianças são encaminhadas a profissionais especializados para o diagnóstico e o tratamento.

As intervenções desenvolvem os aspectos cognitivos e também trabalham os afetivo-motivacionais. O tratamento ideal deve envolver a criança, a família e a escola, com o intuito de valorizar as conquistas do disléxico e reconhecer a importância das mediações adequadas. Sabe-se que aquilo que a criança faz com apoio (ajuda) representa o que ela tem potencial para desenvolver sozinha explicam os estudiosos. Ainda destacam que a intervenção não deve ser conduzida a partir de punições. “A criança apresenta uma dificuldade, não é preguiça ou falta de interesse”, ressaltam.

 

Interpretando números

Além da leitura e escrita, algumas pessoas podem apresentar dificuldades para interpretar números, o que é classificado com discalculia. De acordo com as psicólogas Jucineide de Oliveira e Marina Calhau, trata-se de um transtorno específico do processamento matemático, aritmético e na realização de cálculos.

“Assim como na dislexia, apresenta componentes biológicos e ambientais. Surge a partir da hereditariedade, mesmo que esse aspecto ainda não tenha sido identificado com precisão”, destacam. Os primeiros podem estar relacionados ao funcionamento neurológico e às alterações no lobo frontal (responsável por cálculos mentais rápidos) e no parietal esquerdo (envolvido na capacidade de sequenciamento). Já os fatores ambientais estão associados aos mesmos critérios da dislexia.

 

Primeiros sinais

Identificados ainda na pré-escola, estão associados a dificuldades com a tabuada, ordens numéricas, posição dos números, na realização de operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão), para memorizar fórmulas e diferenciar símbolos matemáticos.

Após o diagnóstico para classificar a capacidade intelectual da criança e caracterizar suas habilidades matemáticas (abaixo do esperado para a idade), dá-se o início aos métodos de intervenção educacional, com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. “O professor pode permitir que a criança utilize tabuada e calculadora. Ainda deve elaborar provas com enunciados mais simples e estimular o aluno por meio de trabalhos em casa e exercícios repetitivos”, explica a pedagoga Amanda Menezes.

As psicólogas Jucineide e Mariana acrescentam que é preciso pensar em uma proposta de ensino personalizada conforme as necessidades do aluno, com acompanhamento psicopedagógico e de fonoaudiólogos para auxiliar nos processos de leitura e escrita. Só assim é possível visar o bem estar global da criança.

Se você quiser aprender mais sobre TDAH aproveite e inscreva-se em nosso curso de TDAH Estratégias e atividades Inédito + Bônus de um e-book Trabalhando as emoções das crianças. Está imperdível, ADQUIRA JÁ!

 

CURSO TDAH com Estratégias e Atividades + Bônus Trabalhando as emoções das crianças

banner_300x250_tdah_bonus

CONTEÚDO
O QUE VOCÊ VAI APRENDER
– Histórico
– Etiologia
– O que é TDAH?
– Detectando a Hiperatividade
– Tipos de Transtorno de Déficit de
Atenção ou Hiperatividade – TDAH
– Sintomas
– Lista de sintomas do TDAH de
acordo com o DSM-IV
– Diagnóstico
– Multidisciplinaridade
– Comorbidades e TDAH
– TDAH associada com Depressão
– TDAH com Ansiedade Generalizada
– TDAH com Dificuldades de aprendizagem
ou Distúrbio de Linguagem
– TDAH com Distúrbio de Sono
– TDAH com Fobia
– TDAH com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
– Família da criança com TDAH
– Dicas importantes para os pais
– Escola
– O papel do educador com relação ao TDAH
– Organizando o espaço
– Atuação do Psicopedagogo(a) na escola
– Orientações aos educadores:
– Dezoito formas para lidar com crianças
ou adolescentes que têm TDAH
– Rotina de estudos para criança com
Déficit de Atenção
– Sistema de Pontos
– Processamento da informação em crianças com TDAH
– Atividades
– Considerações finais

Dúvida ou sugestão: fale comigo pelo WhatSapp: 074 – 988458375

Abraços,

Socorro Bernardes

Quando aprender é um desafio para quem tem TDAH e Dislexia
Classificado como: