Síndrome de Burnout e o estresse

Primeiramente, os elementos e estímulos que levam ao ponto máximo do estresse crônico e contínuo, se referem ao contexto o qual o indivíduo está inserido, muito mais do que sua capacidade de reação frente os estímulos, bem como o repertório comportamental que este possui. Portanto, antes de mais nada, seria necessária uma mudança estrutural sobre a concepção do que é o trabalho, e de que este não implica apenas na utilização de “pessoas como máquinas de produção em série […], fazendo com que tenham além de prejuízos pessoais […], prejuízos com outras pessoas de suas interrelações, como família e amigos (Maslach e Leiter, 1999).

O trabalhador não é uma máquina

Pelo contrário, o trabalhador é, antes de tudo, um ser humano, com suas potencialidades, pensamentos e aspirações, e tais características precisam ser levadas em conta, para preservar a saúde do ser humano, e através disso, melhorar o desempenho da empresa a partir do que é sadio, tanto para empregador, quanto para empregado. Todavia, diante das circunstâncias de trabalho predominantemente adoecedoras existentes, faz-se necessário que o ser humano tenha uma sensibilidade a mais para compreender certos fenômenos que possam lhe acometer no ambiente de trabalho – entre eles o presenteísmo – para assim responder melhor as dificuldades.

Diante disso, o trabalhador pode entender seus limites, não cair eu automatismos, para assim conseguir exercer sua profissão sem estresse demasiado. Tudo isso pode estar aliado também a necessidade implícita pela remuneração, ao bem estar de exercer uma função de modo significativo, e possivelmente, o indivíduo possa até desfrutar de sua profissão se esta oferecer possibilidades.

 

Burnout e o Presenteísmo

Wisniewski & Gargiulo (apud Carlotto & Gobbi, 1999), relatam que: “Geralmente níveis elevados de burnout fazem com que os indivíduos fiquem contando as horas para o dia de trabalho terminar, pensam frequentemente nas próximas férias e se utilizam de inúmeros atestados médicos para aliviar o estresse e tensão proveniente do trabalho” (p.109). Neste ponto se identifica implicitamente também o presenteísmo que seria “a presença do trabalhador em seu ambiente de trabalho, porém apenas de corpo presente, onde a produtividade do sujeito está prejudicada por várias razões. O indivíduo está presente, mas a mente não está. Então, “presenteísmo é quando as pessoas estão presentes no local de trabalho, mas que, devido a problemas de ordem física ou psicológica, não conseguem cumprir na totalidade as suas funções” (HEMP, 2004 apud FONSECA, 2009).

Assim sendo, o indivíduo não consegue cumprir suas funções de modo pleno e otimizado, prejudicando o rendimento do trabalho como um todo, além do próprio. E como consequência, seu estresse pode alcançar níveis gigantescos, transformando-se em algo contínuo, e mesmo crônico, o que pode acarretar em diversas consequências ruins.

 

Características da Síndrome de Burnout

Quanto, ao Burnout, ele é caracterizado como “[…] sintomas e sinais de exaustão física, psíquica e emocional, em decorrência da má adaptação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com grande carga tensional. Acompanha-se de sentimento de frustração em relação a si e ao trabalho (França, 1987). Assim, o indivíduo trabalha no automático, com a mente em função de outra coisa que não a ação laboral, com o estresse crescendo pouco a pouco, muitas vezes de forma não percebida, até que se torna insuportável e muitas vezes aterrador. Este artigo então busca trazer insights sobre como o funcionário poderia desenvolver estratégias específicas para lidar com a possibilidade de Burnout no trabalho, tendo em vista que também o empregador pode adotar métodos que minimizem essa chance.

O enfrentamento do Burnout e o embate ao imaginário coletivo de trabalho

Contudo, todas essas estratégias vão representar um embate contra os resquícios do imaginário coletivo que fundamenta o trabalho como algo de caráter de obrigação, sem quaisquer vínculos com bem-estar e propósito de vida. Nisso, rendimento e otimização do trabalho no menor tempo se tornam mais prevalentes que a percepção humana do contexto como um todo, o que pode provocar diversos efeitos nocivos para todos ao redor, mas principalmente para o empregado. Ainda assim, cada setor pode ser modificado pela atitude transformadora de pessoas que não assumem uma postura totalitarista diante de um sistema predominantemente imposto. Essas estratégias vão diretamente para tais pessoas corajosas em especial.

 

Estratégias de Recuperação e Prevenção

Identificação de Estressores

É importante reconhecer e abordar as principais fontes de estresse oriundas do trabalho, e isso pode englobar muita coisa, desde a remuneração em relação ao esforço empregado, até a relação com os outros funcionários, em relação ao clima prevalente, ou se há uma atmosfera de competição. Todos esses fatores devem ser levados em conta, assim como ‘colocados em uma balança’, para que seja possíveis equacionar tudo e constatar como está a saúde mental em relação a todos esses pontos.

Limites entre Trabalho e Vida Pessoal

Estabelecer e respeitar limites claros é importante, sobretudo se há relação profissional e pessoal paralelamente. Com isso não, se pretende estabelecer que não possa haver descontração e bom humor no trabalho. Apenas, o individuo deve entender quais as funções específicas de cada lugar, para assim não misturar as coisas. Dessa forma, o sujeito minimiza a possibilidade de sofrimento a partir de uma confusão desnecessária, possibilitando uma compreensão plena do trabalho, e seus estímulos bons e ruins.

Relaxamento e Mindfulness

As práticas como meditação, yoga e técnicas de respiração são importantes em qualquer segmento, mas aqui ganhar uma relevância ainda mais fundamental, por permitir que o indivíduo, pouco a pouco, ganhe a capacidade de ter atenção plena sobre o que o rodeia. Isso é particularmente importante, já que assim o trabalhador pode identificar com mais facilidade potenciais estressores.

Apoio Social

Também é bom buscar suporte de amigos, familiares ou profissionais. Pode parecer irrelevante, mas bons vínculos, sólidos e recíprocos, onde haja amor, servirão de antídoto para qualquer situação caótica vivenciada, seja onde for.

Autocuidado

Manter uma rotina de alimentação saudável, exercícios e sono adequado, é algo também vital. Pode-se perder de vista uma boa alimentação quando se vive de modo automatizado e obcecado, e obviamente o sono sempre é prejudicado quando se vive em constante estresse. Privilegiar esses pontos pode ser uma forma eficaz de combater indiretamente o estresse do dia a dia e, fornece ao organismo a subsídio suficiente para aguentar melhor os impactos físicos de um hipotético estresse contínuo.

 

Conclusão

Por fim, é importante lembrar que a Síndrome de Burnout é um desafio multifacetado que exige uma abordagem holística, tanto do indivíduo quanto das organizações. Dessa forma, reconhecer os sinais e implementar estratégias de prevenção e recuperação são passos essenciais para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Empregadores e empregados devem trabalhar juntos para combater o burnout, promovendo sobretudo não apenas a eficiência, mas também o bem-estar geral.

 

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Referências

Carlotto, M. S. & Gobbi, M. D. (1999). Síndrome de Burnout: um problema do indivíduo ou do seu contexto de trabalho? Aletheia, 10, 103-114.

de Aguiar, G. A., & Burgardt, B. F. (2018). A presença ausente: reflexões sobre o presenteísmo nas organizações de serviço público. DESAFIOS-Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins5(3), 79-84.

Fonseca, V. R. D. (2009). Atividade física, absenteísmo e demanda por atendimento à saúde de funcionários de indústria automobilística de São Caetano do Sul (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).

França, H. H. (1987). A síndrome de burnout. RBM- Revista Brasileira de Medicina, 44,197-199.

Garcia, L. P., & Benevides-Pereira, A. M. T. (2003). Investigando o Burnout em professores universitários. Revista Eletrônica InterAção Psy1(1), 76-89.

Maslach, C; Leiter M. P. (1999) Trabalho: fonte de prazer ou desgaste? Guia para vencer o estresse na empresa. Campinas, SP: Papirus.

Burnout & Presenteísmo. Relação e Estratégias de Enfrentamento