Segundo estudiosos a partir dos quatro anos já se pode identificar o TDAH em uma criança segundo um diagnóstico de aproximadamente 9 meses de observação. No entanto, o desenvolvimento cognitivo entre os 5 e 6 anos das crianças acontece da mesma forma tenham elas TDAH ou não, o diferencial nestas crianças são os sintomas do transtorno que podem vir acompanhando o desenvolvimento de algumas de forma distinta.
Fatores do desenvolvimento intelectual
Piaget sustenta que a linguagem é essencial para a evolução intelectual da criança. Dos cinco aos seis anos a capacidade para a comunicação verbal está a serviço do egocentrismo. Porém, os mesmos fatores que propiciam seu desenvolvimento, isto é, o inicio da etapa escolar e a crescente socialização, por causa dos quais a criança vai experimentar as vivências mais interessantes que a aguardam nesse período, incidirão diretamente sobre sua evolução cognitiva, e nos próximos dois anos contribuirão para acelerar sensivelmente o processo de seu amadurecimento intelectual.
O egocentrismo, com efeito, existe em todas as crianças nesta faixa etária tenha ela ou não TDAH e continua sendo o traço dominante no pensamento infantil. Porém, entre os cinco e os sete anos mudanças radicais se produzirão.
Diz-se que nas primeiras fases da linguagem a criança fala, sobretudo, de si mesma e para si mesma, utilizando os outros unicamente como plateia. Pouco a pouco, no entanto, começará a considerar a presença de outras pessoas. Pode-se observar isso facilmente, por exemplo, em seus jogos.
Até os quatro ou cinco anos ignora por completo a intervenção que os outros possam ou desejem ter, por outro lado, provavelmente antes dos seis anos começará a contar com os companheiros. “Eu vou fazer isso agora e depois você poderá fazer aquilo”, expressa, contudo, um sentimento em que prevalece o próprio ego do falante, porém, já de uma perspectiva que, se bem que timidamente, abre uma janela para o exterior.
Em todas as atividades que a criança realiza e/.ou verbaliza continuamos descobrindo-a no centro de seu mundo, ou seja, continua sem pensar em acontecimentos ou objetos do ponto de vista de outra pessoa.
Pensamento animista
Dos quatro aos seis anos, tomando-se como modelo para interpretar tudo o que existe ao redor, a criança considera os objetos dotados de vida e de consciência. Uma criança de quatro ou cinco anos pode afirmar que uma porta “é má” porque a machucou, ou que o Sol “é bom” porque vêm todos os dias nos ver e trazer calor e luz.
Entre os sete e os oito anos, só atribuirá vida própria às coisas que se movem como os astros, os rios e o elevador.
Entre os onze e doze anos, coincidindo com a queda definitiva dos últimos resíduos do egocentrismo, essa interpretação animista do mundo desaparecerá do pensamento infantil.
Características do desenvolvimento cognitivo
5 anos – etapa pré-operacional
| Pensamento | Raciocínio | Lógica | Visão do mundo |
| – Egocentrismo – Até o final, sentido crítico e objetividade. Descentralização do pensamento | – Basicamente intuitivo: tudo é relativo – Menos dogmático e rígido pela primeira vez | – Imaturidade – Animismo | – Egocêntrica: tudo gira ao redor da criança – Até os seis anos deixa de ser o centro do mundo – Avanços importantes na socialização |
6 anos
| Pensamento | Raciocínio | Lógica | Visão do mundo |
| – Descentralização do pensamento | Raciocínio lógico e concreto | Lógica concreta | Intensa curiosidade pelo mundo em geral |
Atividades que favorecem a destreza das mãos e dedos
– Brincar de massa de modelar, argila;
– Desenhar, pintar;
– Brinquedos de construção;
– Enroscar e desenroscar porcas;
– Armar quebra – cabeças.
Atividades que favorecem a coordenação visual motora
– Jogos com bola (passa-la, jogá-la contra a parede, ir busca-la, tênis e outros semelhantes);
– Jogos de pontaria, de recortar;
– Enfiar contas.
Atividades que favorecem o desenvolvimento psicomotor
– Andar de velocípede, bicicleta, patins, patinete, skate;
– Pular corda, elástico;
– Corridas;
– Jogar com bolas, raquetes, aros.
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Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, especialista-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.